Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva

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Extensão


PROJETOS DE EXTENSÃO REALIZADOS PELO NESC

A execução de Projetos de Extensão pelo NESC sempre decorreu de uma necessidade em responder a algumas questões práticas apresentadas pelo campo da Saúde Coletiva, e ao mesmo tempo sendo oportunidades para que os estudantes fizessem uma aproximação da realidade concreta, conhecendo aspectos problemáticos e, por outro, buscando aplicar conhecimentos que eles foram adquiriram no ambiente acadêmico. Alguns desses projetos também eram, ao mesmo tempo, projetos de pesquisa.

JÁ CONCLUÍDOS:

INTEGRAÇÃO ENSINO/SERVIÇO/COMUNIDADE NO SUS (2008-2011) (coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque; vice-coordenador: Paulo de Oliveira Perna)

Descrição: O projeto tem início na avaliação de serviços de saúde da atenção básica do Sistema Único de Saúde, com a identificação de problemas, formulação de propostas de soluções e implantação de alterações nos serviços, visando sua melhoria. Tais ações proporcionam aos estudantes e trabalhadores da saúde um processo de aprendizagem que parte da representação sincrética da realidade, passa por momentos de abstração e retorna à realidade num movimento de síntese integradora, potencializadora da compreensão dos fenômenos para além da sua aparência, reafirmando a realidade como critério de verdade do conhecimento produzido. Os usuários também são beneficiados pela melhor compreensão da realidade e pelo aprimoramento do atendimento dos serviços prestados, resultantes de tal movimento.O trabalho iniciou-se pela construção de indicadores de avaliação das atividades programadas, como Hiperdia, programa de atenção à saúde da gestante, programa de atenção à saúde da criança, programa de prevenção de câncer de colo uterino, entre outros. Isso demandou a organização da coleta, registro e sistematização de dados que existiam nos serviços, mas não eram utilizados para essa finalidade. O estabelecimento dos indicadores, em especial os de resultado, permite às equipes de saúde a verificação do impacto de suas ações e a tomada de decisão quanto à modificação do processo de trabalho, sempre que identificada a origem dos resultados insatisfatórios.

EDUCAÇÃO PERMANENTE E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO SUS: VER-SUS(2008-2011) (coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque)

Descrição: O projeto visa conscientizar a população que mora na Vila Mota e Capelinha, no município de Adrianópolis, sobre a contaminação pelo chumbo e suas consequências para a saúde humana e ambiental. Para isso, desenvolve, junto à comunidade, uma matriz de processos críticos, que deve funcionar como instrumento de “empoderamento”. Ou seja, a partir da conscientização dos moradores a respeito de sua condição e da necessidade e direito de buscarem melhorias, estimula que se articulem politicamente em busca de mudanças.

– PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ÁREAS SOB ENVENENAMENTO POR AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE RIO AZUL-PR (no. 719/2012) (2010 – 2015)(coordenador: Paulo de Oliveira Perna; vice-coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque)

Descrição: Este projeto pretende provocar, simultaneamente, dois resultados: uma reflexão em profundidade dos docentes, alunos e outros profissionais envolvidos sobre a realidade social de moradores e trabalhadores, em especial da área rural, do município de Rio Azul e servir para intermediar, concretamente, ações no âmbito municipal para minimizar o problema da contaminação por agrotóxicos daqueles que trabalham na fumicultura.

IDENTIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CRÍTICOS PROTETORES E DESTRUTIVOS DA SAÚDE DOS PROFESSORES DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ (no. 742/2012 – 2016) (coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque)

Descrição:Embora a incidência de adoecimento dos servidores públicos estaduais seja elevada, as informações referentes a tais casos são de difícil acesso. Levantamento feito pela APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná demonstrou que somente em maio de 2010, 3100 professores foram afastados por doença. Dados da pesquisa realizada pela Divisão de Medicina Ocupacional (DIMS/SEAP), no período de 1998 a 2006, demonstraram, também, elevado índice de adoecimento, mas raríssimas notificações de nexo causal com o trabalho. Em contrapartida, pesquisa realizada pela APP-Sindicato, no primeiro semestre de 2009, envolvendo um universo de 7612 (educadores) entre professores e funcionários da rede pública estadual, demonstrou elevado grau de adoecimento dos mesmos, devido às condições de trabalho. Deste universo de entrevistados, 66% declararam que ficaram doentes em virtude do trabalho, sendo que em mais de 30% tratava-se de sofrimento mental. Segundo os professores, a administração pública estadual não comunica adequadamente o adoecimento relacionado com o trabalho, subnotificando os mesmo e impedindo, dessa forma, o recebimento dos benefícios trabalhistas aos quais os servidores teriam direito. O não-estabelecimento do nexo, além disso, oculta a determinação do adoecimento, impedindo que mudanças necessárias para tornar o trabalho um processo predominantemente protetor e não destrutivo da saúde sejam estabelecidas. Diante disso, o conhecimento dos processos de adoecimento e sua relação com o trabalho, no sentido de identificar possíveis soluções, torna-se de fundamental importância para a melhoria da condição de vida e saúde desses trabalhadores. O objetivo é, pois, realizar, com os professores da rede estadual de ensino do Paraná, a identificação autônoma de suas necessidades de saúde. A metodologia consiste em reuniões semanais de estudo e planejamento pela equipe de extensão; entrevistas com os trabalhadores, elaboração da matriz de processos críticos Com isso, estuda-se os processos determinantes da saúde/doença dos professores nos espaços do trabalho, do consumo, da vida política, da vida ideológica, da vida de relação com o meio ambiente, nas instâncias singular, particular e geral. Utiliza-se como método a elaboração da matriz de processos críticos desenvolvida por Jaime Breilh.

CONTRIBUIÇÃO PARA O RESGATE DA HISTÓRIA DO CURSO E DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DA UFPR (2011 – 2014) (coordenador: Paulo de Oliveira Perna)

Descrição: O projeto objetivou reunir material – documentos, entrevistas, artigos, depoimentos, fotografias – que forneça elementos para organizar o trajeto histórico do Curso de Enfermagem, que completou 37 anos de existência em 2012.

REDE DE ATENÇÃO A PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS – PET/SAÚDE (2013 – atual)(coordenador: Maria Marta Nolasco Chaves)

Descrição: Projeto interinstitucional e interdisciplinar com o objetivo de realizar diagnóstico da situação do câncer de mama e de colo uterino em um território do município de Curitiba, visando a prevenção continuada e consequente impacto no perfil epidemiológico municipal.

EM ANDAMENTO:

OBSERVATÓRIO DO USO DE AGROTÓXICOS E CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE HUMANA E AMBIENTAL NO PARANÁ (PROEC no. 90/2016 – início em 01/05/2016) (coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque)

Descrição:Desde 2008, o Brasil lidera o ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Inclusive, com a utilização de substâncias já proibidas em outros países, por representarem sérios riscos à saúde. Apesar dos dados alarmantes, o Paraná é o segundo estado que mais consome agrotóxicos (16%), perdendo apenas para São Paulo (25%).Com o aumento de casos de trabalhadores rurais adoecidos, docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram criar mecanismos para relacionar os adoecimentos com o contato ou com o consumo de agrotóxicos. Foi aí que surgiu o projeto de extensão que reuniu os professores Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque, do Departamento de Saúde Comunitária, e Paulo Perna, do Departamento de Enfermagem. Como primeiro resultado do projeto, surgiu o Observatório de Agrotóxicos, cuja finalidade é monitorar o uso dos agrotóxicos e ressaltar as consequências para a saúde por meio de pesquisas, divulgação de informações e coleta de dados sobre contaminações por agrotóxicos pela notificação popular. O Observatório é uma parceria do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC) com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná e o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPTPR).

OBSERVATÓRIO DE MARGINALIZAÇÃO SOCIAL E SAÚDE (no. 140/2016) (coordenador: Marcelo José de Souza e Silva; vice-coordenador: Rogério Miranda)

Descrição: A marginalização se insere em um processo de exclusão e de desigualdade social. No Brasil, esse processo guarda algumas particularidades. Nossa construção histórica, desde o início da colonização, está atrelada ao desenvolvimento de uma sociedade autoritária, vertical, hierarquizada, oligárquica. Segundo Marilena Chauí, “a nossa sociedade transforma todas as diferenças em desigualdades, e naturaliza as desigualdades. Ela opera com a discriminação e o preconceito de classe, religioso, de gênero, profissional e racial”. Ser marginal em nosso país é ser alguém que necessita reafirmar, todos os dias, os poucos direitos já conquistados, inclusive o direito à saúde. É importante destacar que quando falamos em populações marginalizadas, não necessariamente estamos falando de minorias. A população preta e parda do país representa 53% do total de brasileiros e brasileiras (IBGE, 2013). Então, pretos e pardos não são minoria, contudo representam 70% da população muito pobre (IBGE, 2013) e 70% dos assassinados no país (IPEA, 2013). Além desses, temos uma população carcerária com mais de 710 mil pessoas, o que faz o Brasil ocupar o terceiro lugar do mundo em população carcerária (CNJ, 2014). Ou, ainda, temos uma população em situação de rua que, segundo a Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua, de 2008, abriga mais de 80 mil pessoas em 71 municípios pesquisados (BRASIL, 2008). Ou seja, nossa população à margem do universo de direitos garantidos é numerosíssima e, além disso, extremamente diversa: compreende indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais do país; compreende pacientes psiquiátricos, pessoas em luta pela terra, pessoas em ocupações urbanas; compreende profissionais do sexo, comunidade LGBT e outros grupos. Se a ameaça a direitos sociais já é flagrante, ela se torna ainda mais palpável quando se fala em direito à saúde, tendo em vista que nosso modelo de saúde ainda está em disputa. De um lado está a saúde como direito humano e social, que deveria ser garantida pelo Estado por meio de políticas públicas, e do outro lado está a saúde vista como mercadoria, sujeita à oferta e à demanda, representada por políticas públicas que favorecem a privatização. Se o acesso à saúde das populações marginalizadas já é precário tendo o Estado como provedor, com as investidas da mercantilização essas populações, que não têm como pagar pela saúde, correm o risco de uma exclusão ainda maior. Cabe-nos, nesse contexto, pensar o papel de nossas universidades dentro dessa organização social, especialmente a UFPR, posto que a própria menção à saúde de populações marginalizadas é rara nos cursos da saúde. Diante disso propõem-se o presente projeto, que contará com docentes e discentes internos e também discentes externos à UFPR, que estruturarão um observatório para a discussão de Marginalização Social e Saúde, para a formação da comunidade acadêmica e também o início de uma interação no âmbito acadêmico com as populações estudadas através de encontros mensais.

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